terça-feira, 19 de julho de 2011

Dieta e autismo

Dieta e autismo!

Ainda sem estudos divulgados aqui no Brasil, digo, estudos sérios, publicados em revista de impacto, estudos controlados, randomizados, desta forma somos carentes aqui no Brasil de comprovação dos benefécios ou não da dieta livre de Glútem e Caseína.
Na tentiva de acabar ou melhor diminuir o "achismo"é que dedico meu mestrado para estudar crianças autistas e adieta sem glúten e sem caseína na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esta pesquisa irá se estender até um ensaio clínico duplo cego  randomizado (doutorado), baseio meus estudos no protocolo da Inglaterra, onde temos publicações sérias e confiáveis em dieta e autismo desde antes da década de 90.
Recebo diariamente telefonemas e e-mails solicitando "dicas", ou segunda opinião, ou solicitação de atendimento as crianças com autismo. Porém devo dizer que geralmente estas crianças já estão em dieta, ou fazendo exclusões de alimentos sem orientação adequada ou baseada em "internet terapia", o que me assusta muito. E agora gostaria de me falar aos pais, por favor não iniciem uma dieta onde existe todo um protocolo de atendimento e observações baseados em que leram em sites de buscas, existem estudos sérios, artigos que trazem o que é a dieta, no Brasil como falei, eu estou iniciando este estudo, porém o que resta ainda aos profissionais é a literatura internacional.
Quanto a literatura internacional, também é necessário filtros na hora de ler, conhecer o pesquisador, ver se esta revista está indexada ou é apenas mais um relato único sem validade alguma para quem pesquisa de forma séria a dieta livre de glútem e caseína.
Lembro que a exclusão de forma errada pode ser tão prejudicial quanto permanecer com os alimentos.
Sei da frustação de muitos pais que querem o melhor para seus filhos, porém o melhor é fazer o que é seguro, não entrar em "pacotes"prontos que vendem sonhos e acabam por dificultar um tratamento realmente efetivo onde todos os profissionais envolvidos (neuropediatras, psicólogos, fono, geneticista, musicoterapeuta, nutricionista, entre outros), estejam de acordo com a dieta, e quando falo em dieta falo na dieta aplicada de forma adequada e supervisionada, com a retirada de alimentos de forma certa, com a inclusão de suplementação na hora certa, conforme o que nos manda os melhores e mais confiáveis artigos baseados em pesquisas de qualidade e sérias.
O tratamento existe? Sim existe, mas deve ser utilizado somente por quem entende, com supervisão, com médicos, nutricionistas, e estes sejam realmente treinados, ou pós graduados, e que em sua formação exista pesquisa na área do autismo e dieta.
Em que consiste o protocolo de exclusão de glútem e caseína?
Baseia-se na retirada gradativa de cada um dos alimentos, individualmente durante algumas semanas, observação rigorosa e criteriosa da equipe que acompanha a criança, suplementação após algumas semanas de exclusão dos alimentos, cuidado especial com a candidíase que pode aumentar com o início da dieta, para isso também existe suplementação adequada. Procure um Profissional.

Rita Cherutti, Nutricionista, especilista em Psicologia e Comportamento Alimentar, pesquisadora do Hospital de Clínicas de Porto Alegre em autismo, mestranda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde estuda dieta e autismo.

Um comentário:

  1. é preocupante a alimentação de um autista principalmente se é aquela criança que não aceita bem os alimentos

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