quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pais têm dificuldade para manter filho autista em escola de Campinas


Pais têm dificuldade para manter filho autista em escola de Campinas


Criança que necessita de atenção especial já mudou de escola cinco vezes.

Prefeitura diz que rede pública está preparada para receber alunos especiais.


Apesar do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garantir “o direito à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola”, pais de crianças com deficiências têm dificuldade para manter seus filhos em instituições de ensino em Campinas.
O fisioterapeuta Felipe Mascarenhas e a mulher, Mariana, são pais de Alexandre, de sete anos, que é autista, um problema que afeta a comunicação e o desenvolvimento da criança, e precisa de atenção especial. O casal tenta a inclusão do menino na rede de ensino, mas não negam que já pensaram em desistir, devido às dificuldades encontradas. O menino já mudou de escola cinco vezes e, há dois meses, passou a frequentar uma escola municipal perto de casa.
Mas a rotina do menino não é a mesma das outras crianças, que têm um período de aulas das 7h às 12. De segunda a sexta-feira, o pai deixa a criança na escola às 8h e avó vai buscá-lo às 9h20, de segunda a sexta-feira. A avó de Alexandre, Marília Mascarenhas, conta que fica com o neto até o meio da tarde, período em que ela se dedica a ele, em atividades que deveriam ser atribuídas ao poder público. Para a avó, apesar do curto espaço de tempo em que Alexandre permanece na escola, é positivo saber que ele está se adaptando.
Inclusão
Uma hora por dia é um período muito curto para o aprendizado e a convivência e por isso não pode ser considerado inclusão, avalia a professora Angela Soligo, especialista em educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A professora da Unisal, Elenir Santana Moreira, especialista em inclusão social, concorda e aponta que a história de Alexandre serve como exemplo para que muitas famílias cobrem seus direitos.
A coordenadora de Educação Especial da Secretaria de Educação de Campinas, Cláudia Nunes, diz que a cidade está preparada para receber alunos na educação inclusiva. Segundo estimativa da secretaria, Campinas tem cerca de mil crianças em idade escolar com necessidades especiais e 12 unidades de atendimento. Até o final de 2013, 23 escolas da rede pública estarão preparadas para atender essas crianças.
Marília Mascarenhas busca o neto, Alexandre, em escola de Campinas (Foto: Reprodução EPTV)Marília Mascarenhas busca o neto, Alexandre, em escola de Campinas (Foto: Reprodução EPTV)

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